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"Desenha um Arco-iro"

  • Kira Yagami
  • 28 de jun. de 2015
  • 4 min de leitura

Esse texto não busca dizer se a homossexualidade é natural ou se dados seres humanos já nascem com essa inclinação, não importa se isso seja algo predestinado ou uma escolha sendo feita em algum momento da vida, a única questão que importa em relação a homossexualidade é a liberdade de escolha do indivíduo, não tem necessidade ou motivo de ir além dessa única pergunta, não é necessária uma pesquisa sobre “genes da homossexualidade”, isso simplesmente não importa, o que importa é a liberdade.

Nessa mesma linha faz pouco ou nenhum sentido aprovar casamento, seja ele como for, a pergunta é, o que tem o estado a ver com o sexo da pessoa que casa comigo? E por qual motivo eu deveria pagar ao estado uma quantia por amar uma pessoa?

Esse tipo de ideia libertaria se aproxima muito fortemente da new-left, onde a questão econômica não importa muito, e as liberdades individuais são o foco, mas a new-left está longe de ser a mãe das esquerdas e muitas vezes é criticada pelo estalinismo, vez ou outra pelo trostkysmo, ou seja, essa ideia nasceu num preludio de liberdade, poderia ser somente uma ideia libertária no meio de uma infinidade de outras, mas o casamento gay impacta diretamente sobre uma influência: o conservadorismo.

O conservadorismo tem sérios problemas de coesão em certas ações, não existe uma raiz conservadora, parafraseando Capitão Nascimento, o conservadorismo não tem planejamento central, ele acontece, ele existe e pronto, por conta disso, ele não percebe que quanto mais ataca novas idéias, com mais força novas idéias voltam para atacar o conservadorismo, de fato ele age com atitudes retrógradas, bate sempre da mesma maneira, sem nunca procurar novas maneiras de tentar resolver seus problemas. O movimento LGBT acaba sendo o seu próprio inimigo, e quem dá força a ele, e o nutre com mais argumentos cada vez que espanca um gay, cada vez que estupra uma lésbica para ensiná-la a “ser mulher”.

O conservadorismo não é exatamente ligado à igreja, mas grande força dele se reside no protestantismo, a igreja católica, apesar de excomungar os comunistas em 48-49, mas a própria igreja católica não é vista como inimiga do movimento, uma vez que ela mesma não fala contra, ou seja, a igreja católica entende melhor como lidar com revoluções do que o conservadorismo.

Na teoria, o protestantismo não tem uma única coisa de errado, é uma religião, com seu Deus e seus mandamentos, até aí a liberdade de ninguém morreu, ela começa a sofrer quando o protestantismo tenta obrigar as pessoas a aderirem a ele, apesar da liberdade ter sofrido duros ataques aqui, o problema reside nas atitudes protestantistas, não refiro a pregação das igrejas, nenhum indivíduo está ali obrigado, me refiro ao ataque a outras religiões, as tentativas de mudar leis gerais baseada nas ideias protestantistas, aqui é onde a liberdade se encontra jogada no chão ensanguentada e agonizando.

Não existe nenhum problema em seguir uma religião, apesar da sociedade achar que tem, eu discordo que tenha problema no discurso da sua religião, se dependesse de mim, você poderia falar o que você quisesse, mas você não poderia por exemplo apedrejar uma mãe de santo, dessa maneira você fere a liberdade de escolha dela, liberdade essa que você usou para escolher a sua religião. Isso se aplica sem tirar nem pôr sobre casamento gay, proibir algo porque é da sua religião é quebrar a liberdade de escolha, liberdade essa que você teve ao escolher no que acreditar e com quem se casar.

Não escrevo isso com a intenção de diminuir a igreja protestante, escrevo com a intenção de aumentar a liberdade.

De fato, o Conselho Nacional de Justiça, apesar de quase sempre fazer merda, aprovou a resolução que obriga (SANTO ESTADO, BATMAN) os cartórios a realizar união de pessoas do mesmo sexo, isso foi uma conquista brasileira? Obviamente que foi, apesar de ser um minúsculo passo para uma liberdade de verdade.

O grande estardalhaço nessa semana foram os Estados Unidos aprovando também esse tipo de casamento, apesar das pessoas guardarem aquele colonialismo vindo dos EUA, é uma enorme vitória para o movimento, não se trata somente de uma país de maioria conservadora, se trata de um país fundado por conservadores, fundado em cima dos pilares da igreja protestante, se trata da nação que “nasceu para dominar, escolhida por Deus” como é escrito no Destino Manifesto, se o mundo fosse uma partida de Civilization, caberia a vitória cultural pelos Estados Unidos, se não vitória algo muito próximo, ou seja, de fato somos vítimas do nosso próprio colonialismo, somos os reféns que sofremos de síndrome de Estocolmo dessa cultura, mas isso não para aqui, o movimento se torna cada dia mais forte, e o conservadorismo cada vez mais o ajuda a crescer, mesmo que não seja a intenção.

Não tem porque eu vir a escrever sobre as alegações de ajudar os gays, mas não ajudar a África, esse é o conservadorismo atacando mais uma vez e deixando exposto toda sua defesa e assim, fortalecendo o movimento.

No contraponto disso, vem a questão da “Ditadura Gayzista” que é solucionada pela mesma solução que resolve a Ditadura protestante, obrigar um pastor ou padre a casar um casal homossexual no religioso é a mesma quebra de liberdade, aquela religião em questão não aceita isso, e as regras dela são de conhecimento popular, não é algo que você viria a não saber, a solução seria casar no civil, ou simplesmente fazer a sua própria religião (com jogos e prostitutas).

Não há necessidade do movimento LGBT respeitar a religião, não há necessidade de a religião respeitar o movimento LGBT, não necessidade de respeitar opiniões alheias, nem mesmo há necessidade de respeitar pessoas, as únicas duas coisas merecedoras de respeito são: a integridade física de cada ser humano e suas liberdades, liberdades essas de poder casar com quem ama, liberdade de escolher ideologias, liberdade de acreditar em líderes, liberdade de falar, liberdade de andar, mas nenhuma dessas coisas merece respeito, o que merece respeito ou não é o que você, como indivíduo julgar que merece e não algo que as outras pessoas dizem que merece respeito.

 
 
 

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